Influencia da madeira no som da guitarra.

Autor Mensagem
Buja
Veterano
# 18/abr/24 16:36
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É um tipico dialogo que nenhum dos lados tem certeza de nada, mais afirma com toda a convicção de que está certo hehe

Schelb
Veterano
# 18/abr/24 20:33
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Vou agradecer ao Penta_Blues por compartilhar esses três trabalhos acadêmicos sobre o assunto, foi legal fazer a leitura aqui pra melhorar minha discussão sobre o tema. Daí, pra quem ficou curioso e não tem paciência de ler, vou trazer aqui uns recortes principais e minha opinião também dos textos, fiquem a vontade pra lerem também e discordar, por sinal.

Primeiro texto:
Gustavo de Amorim Fernandes - AVALIAÇÃO DE MADEIRAS BRASILEIRAS PARA UTILIZAÇÃO EM GUITARRAS ELÉTRICAS
Disponível em: https://www.mundoflorestal.com.br/arquivos/guitarra_final.pdf

Esse estudo é de graduação e é bem fraquinho, perdão aí se o autor um dia ler isso aqui, mas eu não espero grandes coisas mesmo de um trabalho de graduação do ponto de vista científico. No final das contas, resumindo, nem entra pro debate porque ele só analisa como cada madeira do estudo reage a uma vibração forçada. Ele nem cria um instrumento, ou coloca cordas ou captadores. E aí, que cada material responde diferente à vibração já é algo muito bem estabelecido, é esperado mesmo que haja diferentes picos de ressonância e etc. Isso não ajuda a saber se essa diferença de cada madeira influencia no timbre captado no final.

Segundo texto:
LUCAS ANDRÉ DE CARVALHO e RAFAEL DA SILVA INACIO - ANÁLISE DINÂMICA DE UMA GUITARRA ELÉTRICA DE CORPO SÓLIDO POR MEIO DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA
Disponível em: http://repositorio.utfpr.edu.br:8080/jspui/bitstream/1/32348/1/analise dinamicaguitarraeletrica.pdf

Esse trabalho é mais um TCC de graduação, o que novamente já não garante muita confiança. Mas ... lendo o texto vemos que o teste prático foi feito em modelos gerados em computador com várias simplificações e com os dados que os pesquisadores julgaram ser mais importantes de forma arbitrária. Só estuda nos modelos teóricos como que a madeira responderia à vibração das cordas. Ou seja, não analisa como que as cordas responderiam de volta e o quanto disso seria captado eletromagneticamente. Só pra ficar claro, o estudo não foi feito no mundo real, apenas nos softwares. Então, temos um problema parecido com o anterior: que o corpo da guitarra vibra junto com as cordas todos sabemos, agora o que isso interfere no timbre captado pelo captador é algo bem diferente. Ou seja, não colaborou muito também.

Terceiro texto:
Francisco De Felice Zampini - AVALIAÇÃO DE DIFERENTES TIPOS DE MADEIRAS PARA A FABRICAÇÃO DE CORPOS DE GUITARRA ELÉTRICA
Disponível em: https://repositorio.ifsp.edu.br/server/api/core/bitstreams/c9722c06-d2 4e-4500-b1bf-204e364b06e4/content

Esse último aqui sim é um trabalho legal, de graduação de mestrado. Aqui ele faz uma revisão de outros trabalhos com a mesma finalidade do dele, daí vou trazer aqui esses recortes de outros autores. Depois ele constrói umas "guitarras simplificadas" e toca notas específicas e compara os harmônicos captados pelo captador, com gráficos e tal, bem legal. Daí vou trazer aí em baixo também as conclusões que ele tira.

Primeira os recortes da revisão:
“Rodrigo Mateus Pereira, professor na área de Tecnologia em Luteria da Universidade Federal do Paraná, junto com outros autores (PEREIRA, JUNIOR, & FREITAS, 2010), realizaram experimento no qual foram construídos nove corpos de guitarra elétrica no modelo Telecaster. Esses corpos foram montados com a utilização de um mesmo braço e captador. Os sons obtidos diretamente dos instrumentos foram gravados e posteriormente analisados para a comparação de seus harmônicos. Segundo esses autores, não se verificaram diferenças significativas entre esses harmônicos.“

“Self concluiu que as guitarras não apresentaram diferenças entre os harmônicos obtidos de forma a classificá-los como mais “brilhante” ou mais “brandos”, e as diferenças quanto ao timbre foram discretas e variaram de instrumento para instrumento dependendo da nota musical que estivesse sendo analisada. Assim, entre as madeiras Mahogany e Maple, não houve evidência, pelo experimento realizado, que uma madeira tem um timbre especialmente mais “brilhante” que a outra. “

“Keith J. Soper, pesquisador da Universidade de Toledo, em seu trabalho intitulado: Body Woods and an Eletric Guitar´s Frequency Spectrum, estuda dois diferentes tipos de madeiras, Ash e Alder, madeiras tradicionais utilizadas na fabricação de guitarras elétricas. Utilizando método de análise de dados, concluiu que o tipo de madeira utilizada na confecção do corpo da guitarra não contribui de forma significativa para o som do instrumento amplificado, embora as duas amostras de corpos de madeira, ressonem discretamente de formas diferentes. (SOPER, 2005) “

Agora as conclusões do estudo em si:

“Algumas alterações ou diferenças nos espectros são notadas, normalmente nas frequências mais altas, mas em níveis de intensidade sonora baixos, onde tais diferenças praticamente não são audíveis. Observa-se, então, que a madeira do corpo tem realmente uma certa influência no timbre do instrumento, mas em níveis de intensidade baixos. Não podemos afirmar, portanto, que a madeira, para o instrumento de corpo sólido, está influenciando significativamente a percepção do timbre do instrumento pelo ouvinte. ”

“Os gráficos dos espectros sonoros associados ao MDF, tanto os obtidos com a nota Ré (D3) quanto os obtidos com a nota Mi (E4), demonstraram muita semelhança com os gráficos das demais madeiras estudadas, o que indica que o MDF pode substituir a madeira maciça na construção de guitarras elétricas sem prejuízo do som emitido pelo instrumento. É importante observar, no entanto, que as propriedades mecânicas do MDF são bem distintas em relação às madeiras maciças avaliadas neste estudo podendo portanto prejudicar a estabilidade e propriedades mecânicas do instrumento.”

Como a percepção sonora varia de pessoa para pessoa, algumas pessoas poderão notar alguma diferença no timbre das guitarras confeccionadas com corpos de diferentes madeiras, principalmente quando comparados instrumentos confeccionados com madeiras de densidades muito distintas. No entanto, se considerarmos os resultados obtidos neste experimento, aliado às alterações sonoras provocadas pelos outros dispositivos, externos à guitarra elétrica, que objetivam o aumento da intensidade sonora, a distorção e outros efeitos sonoros obtidos pela alteração dos sinais elétricos captados e posteriormente tratados pelo amplificador de som, como é o caso dos pedais de efeito, levam a crer que o tipo de madeira do corpo da guitarra elétrica, para a grande maioria de espécies madeireiras, praticamente não tem efeito sobre a percepção do som da guitarra.“

Agora minha conclusão do que eu li aqui:
Nesse estudo o pesquisador vê algumas mudanças nas madeiras, pequenas alterações que diz não serem suficientes pra provar uma alteração perceptível, o que estaria de acordo com a revisão bibliográfica que ele fez. No entanto, ele é cauteloso e diz que, como a percepção auditiva é subjetiva, também não dá pra afirmar, cientificamente, que não haja alguma diferença pra alguém. Inclusive, pra avaliar isso ele teria que fazer o estudo usando pessoas e suas descrições dos sons, em estudo duplo cego e tal, o que não é o caso, por isso ele não pode afirmar. Também ele não levanta estudos que falem qual o tamanho da alteração em harmônicos que possibilita a percepção subjetiva de mudança de timbre. Levando isso em consideração, ele dá a opinião dele, levando em consideração apenas os fenômenos físicos. Nessa conclusão, ele fala que provavelmente não tem como ouvir a diferença, mas não dá pra afirmar isso com certeza científica. Veja que ele não diz por, exemplo, que tem diferença mais só alguns ouvem, ele se mostra mais cético, o que é inclusive coerente com os outros estudos que ele pesquisou na área.

Enfim, se acharem outros estudos compartilhem aí que eu tenho interesse de ler

Buja
Veterano
# 18/abr/24 22:39
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Um estudo é uma conversa cientifica. Tem grandes chances de estar correta, eu eu dou credibilidade.

Mas no entanto, entretanto, a "percepção" humana de algo, que as vezes pode ser muito bem um placebo, existe.

Um exemplo bobo é:
Chocolate da espinha ou nao?
Na minha experiencia pratica, que acontece no meu corpo, sim.
Se eu comer 1 barrona de chocolate, 3 dias depois pode esperar o calombo vermelho no meio da cara.

Mas estudos cientificos diversps lancam base que de, uma coisa nao tem nada a ver com outra, e espinhas surgem em quem nunca comeu chocolate, e tem chocolatras com a pele limpa.

Bom, cientificamente, sim, concordo. Nao faz mesmo sentido comer chocolate e encher de espinhas. Mas, seja por placebo, por coincidencia, por alergia, ou qualquer merda, eu como chocolate, e aumenta as espinhas no rosto. Fato.


----

Nisso quero chegar que, podem haver estudos serios que comprovam que a madeira tem influencia quase nula no timbre da guitarra.
Mas eu, já peguei uma strato X desplugada e mandei um Mizao. Ouvi um timbre.
Peguei outra strato Y deslugada, na sequencia, mandei o Mizao, ouvi outro timbre.

Agora eu jamais posso dizer que é por ser madeiras diferentes. Alias, eu nem tinha como saber quais madeiras esram as guitarras, se ash, alder, basswood, ou qualquer outra madeira generica.

Talvez a diferença tenha sido cordas (mais velhas ou novas).
Talvez altura das cordas. Talvez componentes (ponte, tarrachas, nut, etc)
Talvez uma com pintura mais espessa que a outra.
Talvez palheta, talvez até mesmo a força que eu apliquei pra fazer esse Mi cebolão.

Mas o efeito sonoro, sim, eu notei diferença sim, e a primeira coisa que vem a mente é:
Ahhh essa strato aqui é das antigas ne....de alder. Madeira boa...etc.etc.etc

HortaRates
Membro
# 19/abr/24 05:32 · Editado por: HortaRates
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Schelb
Poxa, esse trabalho do Francisco De Felice Zampin é bem legal, muito bem feito. Acho muito interessante ter gente realmente disposta a gastar tempo e dinheiro pra estudar isso. Se um dia eu ganhar na mega sena e tiver tempo e dinheiro de sobra vou investir nisso.

Como você disse, por serem trabalhos de graduação e de mestrado, não têm muita validade científica, fica mais a título de curiosidade mesmo, não deixando de ser muito legal.

Sobre o trabalho de Felipe, eu só acho que ele peca um pouco na conclusão: Observa-se, então, que a madeira do corpo tem realmente uma certa influência no timbre do instrumento, mas em níveis de intensidade baixos

Não é possível afirmar isso pelo estudo dele. As diferenças nos gráficos de frequência são realmente mínimas, como ele mesmo postula. Na seção 6.4 do estudo ele mesmo afirma que a precisão de ajuste do posicionamento do captador tem um erro de até 5 mm em qualquer direção:
A distância entre o cavalete da ponte e o centro do captador é de
aproximadamente 160 mm, e a distância entre o ponto de toque da palheta ao
centro do captador é aproximadamente 55 mm, em todos os corpos de prova
com variação máxima de 5 mm.


Ele também usa uma régua milimetrada pra medir a altura das cordas em relação ao captador, deixando uma margem de erro grande aí por causa do fundo de escala limitado.

Com resultados que mostram uma diferença tão pequena entre as madeiras, o que ele deveria ter concluido era que seus testes foram inconclusivos, pois a probabilidade das diferenças observadas serem devidas a erros de medição é tão grande quanto a possibilidade de serem por causa de diferentes madeiras. Simplesmente não é possível concluir que a madeira de fato dá diferença com esse ensaio que ele fez.

Schelb
Veterano
# 19/abr/24 09:39
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HortaRates
Realmente .. também concordo que não da pra tirar uma conclusão clara da influencia no timbre. Na verdade, não teria mesmo como afirmar isso nesse trabalho porque o timbre de um instrumento é uma percepção subjetiva de quem ouve. O que ele mede ali é uma diferença no padrão vibratório da corda, com ressalvas.
Eu realmente queria ver um estudo que fosse focado na percepção de quem ouve, seria bem interessante. Onde pessoas ouvissem os dois timbres e tivesse que afirmar se eram o mesmo instrumento ou instrumentos diferentes e talvez tentar adjetivar de alguma forma a diferença. Seria mais indicativo do timbre de fato.
Outro ponto é que assim como tudo na ciência, um estudo sozinho não deve ser levado como certeza, ele é só uma indicação. Só dá pra começar a falar de "comprovado cientificamente" quando faz revisões sistemáticas de vários estudos que apontem pra uma mesmo coisa. Porque aí vc começa a anular estatisticamente quaisquer eventuais problemas metodológicos ou práticos de cada estudo individual. No caso ali, se comparar com a revisão que ele fez, parece que os estudos tem apontado que não há influência..
De toda forma, é um estudo muito bacana. E eu tenho impressão de já ter visto alguém discutindo esse estudo em um vídeo no youtube. Até tentei procurar pra ver se era o próprio pesquisador, mas não achei. Achei ele no facebook só .. hehe

renatocaster
Moderador
# 19/abr/24 10:05
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Schelb

Excelente análise, parabéns pela sintetização dos textos.

A parte do texto onde ele cita o MDF também me chamou atenção, pois o autor basciamente confirma uma percepção que já era esperada. De que a seleção de madeiras utilizadas em instrumentos elétricos e de corpo sólido tem mais a ver com estabilidade (afinação, tensão das cordas, etc), conforto e tocabilidade (ergonomia) e estética do que com o timbre propriamente dito.

Penta_Blues
Moderador
# 19/abr/24 11:45 · Editado por: Penta_Blues
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Bom dia!!!

Buja
Talvez a diferença tenha sido cordas (mais velhas ou novas).
Talvez altura das cordas. Talvez componentes (ponte, tarrachas, nut, etc)
Talvez uma com pintura mais espessa que a outra.
Talvez palheta, talvez até mesmo a força que eu apliquei pra fazer esse Mi cebolão.

Talvez tudo, meu camarada... rsrsrsrs

Schelb
Rapaz, muito obrigado por ter dedicado uma parcela considerável do seu tempo para ler, resumir e emitir seu parecer!
Vou te dizer que tenho um texto compilado que lista uns duzentos trabalhos sobre o assunto, mas achei que seria "sacanagem" postar aqui na expectativa de que fossem lidos... rsrsrs

HortaRates
Eu acho que o objetivo, especialmente deste tópico, não deve ser o de se encerrar o assunto com uma ou outra linha de raciocínio, mas de entender que pode haver diferenças (perceptíveis ou não) e que os extremos são válidos apenas como opinião (que deve ser respeitada) mas não como verdade incontestável.

Minha opinião, ainda que eu não tenha audição de lince:
Foram registradas diferenças nos harmônicos produzidos por diferentes madeiras.
Harmônicos caracterizam o timbre de qualquer instrumento.
Se há diferença nos harmônicos, há diferença no timbre.
Não é perceptível pra mim, pois a minha audição está voltada para o instrumento como um todo, com seu timbre final. Entretanto não descarto a possibilidade de que alguém, com o ouvido bem mais apurado do que o meu, possa perceber tal diferença.
Sobre a ideia que o nosso camarada Schelb deu:
Eu realmente queria ver um estudo que fosse focado na percepção de quem ouve, seria bem interessante. Onde pessoas ouvissem os dois timbres e tivesse que afirmar se eram o mesmo instrumento ou instrumentos diferentes e talvez tentar adjetivar de alguma forma a diferença.
Eu só vou discordar da afirmação de que seria um indicativo de timbre, pois seria muito mais um indicativo de quem ouve mais do que quem, já que não há como se padronizar como cada pessoa ouve ou percebe o mundo ao seu redor.

Valeu!!!

Ramsay
Veterano
# 19/abr/24 22:32
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Todo o material que o Schelb se deu ao trabalho de postar é válido, mas, de certa forma, sem uma conclusão definitiva.

Agora, subjetivamente falando, independente de pontes e/ou captadores que já foram trocados, as 2 guitarras que possuo com corpo e braço de mogno, pelo menos pra mim, tem o som mais gordo, fechado e encorpado.

Já as guitarras que possuo com corpo de alder e braço de maple, na minha percepção, tem o som mais brilhante e aberto.

E eu acho que essa diferença é causada principalmente pela madeira do braço da guitarra e não do corpo.

Por exemplo, eu tenho uma guitarra Cort Viva Gold cujo braço é feito de "Hard Maple" e esse material é tão duro que deixa o som excessivamente brilhante e desagradável, tanto que nem uso essa guitarra. Já troquei captadores e não resolveu.

Então, subjetivamente falando e baseado na minha percepção, a madeira (principalmente do braço) influencia sim no som da guitarra.

Breno Strat
Membro Novato
# 22/abr/24 11:35
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Na minha opinião - que não é técnica, mas apenas baseada nos ouvidos - as madeiras influenciam sim no timbre, cerca de uns 20%. Na minha percepção influenciam mais na ressonância. Mas assim, não creio que sejam o principal componente do timbre, sendo esses os captadores, o amplificador e o (s) falante (s). Diria então que as madeiras são como um "tempero".

Buja
Veterano
# 23/abr/24 09:31
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Hoje eu fiz um teste besta.
Peguei 2 baixos meus, desplugados, e toquei um do lado do outro.

Timbres completamente diferentes.

Motivo:
1 - eram modelos diferentes, um jazz e um pbass. Logo construcoes diferentes.
2 - Tamanho de escala ligeiramente diferentes.
3 - Trastes diferentes. Os do pbass são mais jumbos.
4 - Madeiras do corpo bem diferentes. Inclusive o jazz é bem mais pesado que o pbass. Acho que o pbass é um tal de poplar, sei la o que é isso. O do jazz é basswood.
5 - Escala de madeiras diferentes tambem. Do jazz é rosewood (falso ne) e do pbass é maple (falso tbm)
6 - Cordas diferentes. Do jazz é daddario e do pbass ernie ball.
7 - Cordas daddario do jazz estao bem mais gastas do que as novinhas do pbass. Tambem essa é brutal e absurda diferença no timbre.
8 - Meus dedos não sao roboticamente calibrados. E nao consigo tocar cirurgicamente na mesmissima região da corda.
9 - Ahh cansei....por ai vai e ja sabem

Resumindo, Duvido até um teste "cientifico" isolar tudo que é tipo de variavel, e afirmar que a madeira tem influencia de X% no timbre do instrumento.

Estou falando de instrumento de corpo solido, prancha de madeira.
De violões, sei que o buraco é mais embaixo, e que até mesmo dois instrumentos iguaiszinhos na mesma loja, tem timbres um pouco diferentes.

makumbator
Moderador
# 23/abr/24 10:30
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Buja
Resumindo, Duvido até um teste "cientifico"

Dá pra fazer, desde que se modifique apenas o corpo (os captadores precisam ser os mesmos, sendo reinstalados em cada corpo por vez, a execução não pode ser humana, precisa ter um acionador que vai vibrar a corda sempre igual, a corda também precisa ser a mesma e ser calibrada antes de cada toque, etc...).

Buja
Veterano
# 23/abr/24 14:40
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makumbator

Tem tambem a questao do caminho que o audio faz.
Captacao desse audio, e reproducao posterior.

A nao ser que analisem a mudança de timbre pelo espectro de audio (nao sei, dificil), ou entao pelo bits gerados no final (mas dificil ainda).

Eu sou meio cetico com respeito a isso, de conseguirem achar um X pra ess questao de diferença timbristica isolando unicamente a madeira na variavel.

Por exemplo, se esse teste fosse feito com blocos de aço liga 100% pura.
100% nao, mas eu acredito que um boclo de aço maciço tenha uma grande grau de fidelidade de variação da estrutura de um bloco pra outro.
Dai conseguirem chegar a praticamente oui até exatamente o mesmo timbre.

Dai eles retirassem os blocos de aço e colocassem no lugar apenas as madeiras. Ja sabendo que todo o resto produz o mesmo timbre.
Dai sim, a diferença entre uma madeira e outra, poderia dizer que seria a mudança de timbre.

Quer dizer, eu acho que assim daria certo.

makumbator
Moderador
# 23/abr/24 14:55
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Buja
Captacao desse audio, e reproducao posterior.

basta captar em linha. Com isso vc elimina toda a questão de amp, mic, e ambiência.

Buja
Veterano
# 23/abr/24 15:25
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Dá pra fazer, desde que se modifique apenas o corpo (os captadores precisam ser os mesmos, sendo reinstalados em cada corpo por vez, a execução não pode ser humana, precisa ter um acionador que vai vibrar a corda sempre igual, a corda também precisa ser a mesma e ser calibrada antes de cada toque, etc...).



Tentando fazer dessa forma, ou seja, fazendo com que cada variavel seja o mais imutável e constante possivel, daria mesmo pra afirmar que a diferença timbristica seja por conta das madeiras.

Até porque, nao existe uma prancha de madeira igualzinha a outra no mundo.
Mesmo sendo da mesma arvore, cortadas praticamente na mesma região do tronco, vai ter certa diferença.
Teria que se calibrar até a quantidade de umidade que existe em cada prancha, e temperatura delas.

Ahh enfim, coisa demais pra se isolar.

Mas eu acho que madeira tem sim, influencia no som do instrumento solido, sim. E placebamente acho até que tem uma boa diferença!

Mas dai eu dar certeza, é onde eu duvido que um experiento desses consegue dar. Mas vai se aproximar com margem de erro bem pequena, vai sim.

Buja
Veterano
# 23/abr/24 15:27
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pooxa, onde esse mundo vai parar. Makumba e eu discutindo ainda em 2024 nesse caotico topico de madeiras. É o fundo do poço forístico mesmo hahaha

Buja
Veterano
# 23/abr/24 15:27
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Esse potico nasceu em 2005, meu deus!

makumbator
Moderador
# 23/abr/24 16:44
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Buja
É o fundo do poço forístico mesmo hahaha

Total!

Lelo Mig
Membro
# 23/abr/24 18:54 · Editado por: Lelo Mig
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makumbator

"Dá pra fazer, desde que se modifique apenas o corpo..."

Já fizeram zilhões de testes desse jeito.
Já fizeram sem corpo nenhum.
Já fizeram sem o ouvido humano... apenas leitura em aparelhos de onda.

Nenhum teste científico sério, em ambiente e condições controladas, com uns puta equipamento top e automatização da execução mostram diferença alguma que se possa atribuir a madeira.

Esse assunto virou um terraplanismo do caralho.

makumbator
Moderador
# 23/abr/24 19:14
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Lelo Mig
Esse assunto virou um terraplanismo do caralho.

Com certeza.

Schelb
Veterano
# 25/abr/24 15:06
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Lelo Mig
Esse assunto virou um terraplanismo do caralho.

Com certeza.²

HortaRates
Membro
# 26/abr/24 09:06
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Lelo Mig
Esse assunto virou um terraplanismo do caralho.

Eu ainda tenho talvez a inocência de achar que terra planismo é uma trollagem muito bem coordenada. Mas a questão da madeira, não acho que é terraplanismo não, isso aí é fé!

Não importa a evidência, o maluco jura que a madeira faz muita diferença, do mesmo jeito que tem gente que vai jurar que recebeu uma mensagem divina

makumbator
Moderador
# 26/abr/24 11:57
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HortaRates

A origem moderna do terraplanismo é realmente trollagem. Iniciada por cientistas inclusive.

renatocaster
Moderador
# 26/abr/24 13:45
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Mesmo que haja diferença, seja ela pouca ou muita (a depender principalmente do ouvinte), eu acho que é uma coisa supérflua demais para se dar o tamanho da importância que começaram a dar nos últimos anos.

Obviamente que a internet, com os seus fóruns e páginas de discussões sobre o tema, foi a maior responsável por ter criado essa hype toda. Lembro que quando comecei a tocar, ali pelo final dos anos 1990, época essa em que a internet ainda era "tudo mato", não me lembro de ninguém vir me dizer que a madeira de uma guitarra A ou B era fundamental para se obter uma certa característica sonora.

Quando o assunto "timbre" surgia, a ênfase era dada quase sempre em captadores, cabos, amplificadores, efeitos, e a regulagem do instrumento em si. O máximo que os bem mais experientes do que eu falavam era sobre os tipos de construções diferentes, especialmente na junção do braço com o corpo (parafusado, colado, inteiriço, etc), que a depender do tipo de construção isso mudava o som, e tals.

Enfim, esse preciosismo, esse apego por nuances quase imperceptíveis, é bem comum no meio dos guitarristas. Tem muitos também que fazem coisa parecida com pedais, amps, etc...é um caminho meio sem volta entrar nessa seara, hehehe.

Buja
Veterano
# 26/abr/24 14:32
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A origem moderna do terraplanismo é realmente trollagem.

E quem disse que a terra nao é plana?

Pode até ser que tenha uns lugares cheio de morro e buraco, mas se tiver a media geral, a terra é bem planinha.

renatocaster

Realmente.
Eu so via falar de madeiras influenciando o timbre, quando eram sobre violoes.
Sobre pranchas solidas, nunca vi essa historia. So falavam sobre eletrica.

makumbator
Moderador
# 26/abr/24 16:13 · Editado por: makumbator
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Buja
E quem disse que a terra nao é plana?

Se a terra fosse plana, não existiriam empresas de terraplanagem. Te peguei! Vc nunca viu empresas pra fazer a terra ficar arredondada.

Buja
Veterano
# 26/abr/24 16:50
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Se a terra fosse plana, não existiriam empresas de terraplanagem. Te peguei! Vc nunca viu empresas pra fazer a terra ficar arredondada.

putzz genial.....

renatocaster
Moderador
# 26/abr/24 17:46
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makumbator

Se a terra fosse plana, não existiriam empresas de terraplanagem. Te peguei! Vc nunca viu empresas pra fazer a terra ficar arredondada.

Será se existe borda de mogno no final do mundo do terraplanamadeirismo?

Lelo Mig
Membro
# 27/abr/24 14:46 · Editado por: Lelo Mig
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makumbator

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